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Je suis un Homme...

Comme ils disent! Onde tudo tem o seu espaço.

Je suis un Homme...

Comme ils disent! Onde tudo tem o seu espaço.

Provas de amor...

Uma porta escancarada... totalmente.

No dia 17 de maio de 2020 decidi conversar com a minha mãe e finalmente dizer-lhe que era homossexual. A sua reação foi surpreendente. Se eu esperava a sua reação? Na verdade não. Achei, apesar de todo o amor, que de alguma forma ia ser diferente. Mas mais uma vez ela surpreendeu-me com o seu “Sim, eu sei: está tudo bem!”

 

No passado dia 26 de junho a minha mãe foi ao “Programa da Cristina” e eu, depois de ter gravado uma entrevista a falar dela, fui acompanhá-la.

 

A cerca de cinco minutos der entrarmos em estúdio, vieram ter comigo dizendo-me que ia falar. Na verdade não estava nada preparado. Para falar sobre a minha mãe eu estou sempre pronto, mas na verdade não estava preparado.

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Quando gravei a entrevista perguntaram-me: “Qual a situação mais caricata com a sua mãe?”. Esta foi uma pergunta feita praticamente no fim da entrevista, quando decidiram fazer um plano diferente. Depois de pensar bem, percebi que o momento mais caricato com a senhora dona minha mãe foi sem dúvida o momento em que saí do armário para ela. E referi isso. No momento em que o fiz sabia que essa pergunta ia mesmo sair na entrevista, que iria ser vista por centenas, milhares de pessoas. Quando o fiz sabia que a minha mãe não me recriminaria. Que ela me ia apoiar, porque ela já me tinha alertado antes.

 

Depois, durante o programa, a Cristina questionou-me sobre essa situação. Claro que estavam centenas de pessoas a ver, claro que as atenções estavam em todas as palavras proferidas e eu tinha consciência plena disso. E, principalmente, família. E principalmente os meus avós. Claro que existiam opiniões que me eram super importantes, como o meu irmão mais velho e a minha cunhada (importa dizer que o meu irmão mais novo já sabia), mas a mentalidade deles é diferente, não é igual à dos meus avós.

 

A repercussão tornou-se praticamente viral, principalmente quando a manchete da página da Sic dizia: “Ismael: “Quando disse à minha mãe que era homossexual, ela disse: 'Eu sei!'”

 

As mensagens começaram a cair, os comentários, as partilhas. Na verdade nunca pensei que o boom fosse tanto, que os comentários fossem tão positivos. Houve mensagens super importantes para mim. Houve faltas de reações que foram completamente normais e esperadas.

 

Quero voltar a referir, pois é importante para mim, que o principal foco era, sem dúvida, a minha mãe. Não eu, não a minha orientação sexual. Mas já que veio à baila, tenho que falar sobre isso.

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Em primeiro lugar gostava que a atitude da minha mãe fosse um exemplo para muitas mães/pais. Que aceitem os filhos tal como eles são. A orientação sexual não define as pessoas. De maneira alguma. Penso que quem me conhecia antes perceberá que sou exatamente a mesma pessoa, que nada será diferente.

 

Em segundo, gostaria de dizer que nunca é tarde para se sair do armário e que o tempo chegará. Não são necessárias pressas, que haverá uma altura que se falará isso com naturalidade e a compreensão estará lá.

 

Quem ama, aceita. Esta terá de ser sempre a maior verdade. Esta será sempre a força necessária para fazer aquilo que é correto. Quem não aceitar não amará, de certeza. E na vida de cada um não é necessário gente que não nos ama, pois esses serão sempre um entrave à felicidade.

 

Muito mais teria para falar, mas por agora será o suficiente. Não posso terminar sem agradecer, a todos, o apoio incondicional dado tanto a mim como à minha mãe. Agradecer todo o carinho, toda a amizade, todo o amor. Juntos, na verdade, seremos mais fortes. Juntos seremos melhores.

Portugal e o Covid-19

Uma porta aberta pela pandemia

A pandemia originada por todo este Covid-19 veio, infelizmente, fechar muitas portas e possibilidades. Contudo, a seu tempo, veio também trazer uma enormidade de coisas positivas e de abertura de novas portas.

 

Com o verão a chegar, algumas férias a gozar, os portugueses começam já a repensar as suas férias. Vendo-se impossibilitados de irem para o estrangeiro, começam já a descobrir que vivem num país cheio de maravilhas para descobrir.

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Tenho visto, nos últimos tempos, montes de publicações em diversas páginas sobre locais escondidos e paradisíacos em Portugal, locais esses que existiam já antes de todo este novo fenómeno que estamos a atravessar. Existem praias fluviais que estão a ser centros de atenção, locais escondidos por entre as montanhas, cascatas e roteiros.

 

Quem me conhece sabe que eu sou muito defensor daquilo que é português e dos locais belíssimos que existem espalhados. Não é a primeira vez que escrevo sobre este assunto numa das minhas páginas. Já fiz férias, na maioria das vezes, em território português. E não é assim tão difícil: basta um pouco de aventura e pode chegar-se a locais inimagináveis.

 

Sou natural da famosíssima (ou não) cidade de São Pedro do Sul. Durante anos insisti na ideia de que o nosso turismo estava somente centrado nas Termas e esquecia-se de todas as outras coisas boas que existem no concelho. Possuímos uma boa parte do maciço da Gralheira onde se escondem aldeias perdidas no tempo, onde as águas escorrem por entre as fendas da terra, com percursos envolvidos pela natureza. Temos gastronomia e paisagens invejáveis. A variante de possibilidades a serem executadas nestas serras são imensas e basta um bom par de sapatilhas e botas, uma garrafa de água e algo para morder e uma grande dose de aventura.

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Mas quem fala da Gralheira, fala também da Serra da Freita com os seus poços naturais ou a cascata da Mizarela com 75 metros de altura, sendo uma das mais altas da Europa, bem pertinho do fenómeno das Pedras Parideiras. E com isto estou a falar somente da zona envolvente à minha terra natal. Porque se continuar a falar sobre o país, existem ainda mais possibilidades.

 

Descentralizando-nos dos grandes destinos turísticos, podemos referir à Zona do Douro Vinhateiro, ao Gerês, a Bragança ou outra zona do país onde temos variadíssimas zonas que são um enorme potencial. Temos a Serra da Estrela que não é somente neve no inverno mas que possui paisagens incomparáveis também no verão, como é caso o Covão d'Ametade ou o Vale Glaciar. Ou a Serra da Lousã com o seu icónico baloiço ou a aldeia perdida do Piódão ou mesmo a praia fluvial de Loriga.

 

Ao longo do percurso do Zézere existem praias fluviais e recantos maravilhosos. O Ribatejo pode ser também um forte potencial ou diversas zonas no Alentejo. A costa, desde o Algarve ao Minho tem também uma enorme diversidade de escolhas e basta um olhar atento para descobrir aquele local especial para umas férias.

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Talvez esta ideia já vem tardia e peca por isso, mas quem sabe as agências turísticas necessitem de voltar os seus olhos para estes fantásticos locais. A possibilidade de se fazer turismo dentro deste antigo jardim à beira mar plantado continuam inesgotáveis. Há a possibilidade de roteiros históricos, culturais, paisagísticos. Há a possibilidade de dar a conhecer o que é nosso, de uma maneira diferente, de valorizar o que de bom se faz neste país, bem como a contratação de serviços 100% portugueses. As atividades culturais podem ajudar nisso, para pequenos círculos.

 

Na verdade, eu poderia falar sobre imensas possibilidades que eu conheço e outros poderiam falar em outras grandes oportunidades. É uma fonte inesgotável de ofertas. Mas isso não é o meu trabalho. De resto, fiquem atentos àquilo que poderá surgir aqui pelo blogue para umas férias diferentes. Vou, de novo, partir à descoberta de locais que ainda não conheço e demonstrar quanta beleza existe sem se saber.

 

Ah, já agora: bons passeios e aproveitem para passear com amigos, família ou rever aquelas pessoas que há muito não veem.