Não só de quarentena...
Mas Até ao Infinito!
Esta quarentena torna os dias praticamente todos iguais. Uma segunda-feira é igual a uma sexta ou a um domingo. Não há horários fixos e o desleixo deixa para trás algumas atividades que gostaríamos de fazer. Há também algumas dificuldades em realizar aquilo que nos propomos efetivamente a fazer, como por exemplo o ler os livros que temos em atraso ou escrever sobre assuntos que nos são tão importantes. Por exemplo, antes de começar a quarentena, trouxe de casa da minha mãe alguns livros que eu por lá tinha mas que ainda não tinha lido, propondo-me a lê-los. Somente acabei um livro e iniciei outro, e não fui ainda capaz de continuar a ler.
Também me prepus a escrever mais para o blogue entre tantas outras coisas e não tenho feito. Por exemplo: manter a atividade física tem sido super impossível. Bem, esta quarentena está a ser tudo menos o reflexo daquilo que eu desejava. Mas o lado bom é que tem dado para não fazer nada e dormir muito.
Contudo enquanto me passeava pelas redes sociais hoje descobri uma curta-metragem no YouTube. Durante 15 minutos a minha vida parou exatamente naquela curta-metragem. Se há algum assunto que me faça pensar duas vezes, um deles é sem dúvida o suicídio.
Felizmente na minha vida nunca olhei para o suicídio como uma solução para os meus problemas ou depressões. Sou um ser que está constantemente em baixo, triste e com emoções negativas. É algo com que lido diariamente, por diversas questões. Mas colocar um termo à minha vida nunca foi um pensamento.
Contudo sei que essa é uma possibilidade com que muitos lidam. É também a solução mais fácil. Na verdade toda a dor e sentimento que existe dentro de alguém deve terminar. Mas também é uma imensa dor para os que estão em redor.
Continuo sem perceber muito bem o porquê desta dor imensa que sinto sempre que se fala em suicídio, um tema tabu e que muita gente evita, mas eu acho que me odiaria para o resto da minha vida se alguma das pessoas que eu amo acabasse por fazer algo assim.
Sei que nem sempre sou o melhor amigo porque passo mais tempo calado do que a fazer conversa. Sei que pareço muitas vezes distante e desinteressado, mas por vezes absorvem-me os meus problemas. Mas isto nunca foi desculpa para ouvir os problemas dos meus amigos, de estar quando precisam. Posso até esquecer datas festivas, mas se tratar de um problema eu sou sempre o primeiro a libertar todas as minhas prisões para ir ao encontro do outro.
Comecei por falar nesta curta-metragem que encontrei por acaso. Chama-se “Até ao infinito” e é da autoria de João Brás. Poderia falar mais sobre esta curta-metragem, mas quero deixar-vos o convite a irem assistir. Ninguém conhece o intimo de ninguém e ninguém sabe realmente o que se passa na cabeça e na vida do outro. Na verdade as pessoas só sabem aquilo que queremos que saibam.
Não tenho muito mais para escrever, nem sempre há muito a dizer. Na verdade quero dar os parabéns ao João Brás por esta curta que nos faz pensar, que nos faz ir ao encontro do outro, que tem obrigatoriamente de nos fazer sair de nós, pensar que o outro também tem os seus próprios problemas. Que os problemas não são comparáveis, que cada monstro/problema é do tamanho que cada um faz, porque aquilo que é uma formiga para mim pode ser uma montanha para o outro. Obrigado João Brás por voltares a falar deste assunto, por nos voltares a fazer refletir. E isso nunca deve ser deixado para amanhã.
Quanto aos meus amigos, aos amigos dos meus amigos, aos conhecidos e desconhecidos, faço só um pequeno apelo: eu estou sempre disponível, à distância de uma chama ou mensagem, seja ela por messenger, instagram, sms ou whatsapp.
(Link curta-metragem: aqui)